quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A mídia que condena.



Século XXI... Vivemos na plena "era da informação". Recebemos milhões de informações diariamente. Algumas são descartadas, outras não.

Convém reescrever um trecho escrito pelo Dr. Ryon Braga em seu excelente artigo "O Excesso de Informação - A Neurose do Século XXI":

"O excesso de informação pode ser percebido através da grandiosidade dos números que os fatos nos mostram:
- Mais de 1.000 novos títulos de livros são editados por dia em todo o mundo;
- Uma só edição do jornal americano The New York Times contém mais informações do que uma pessoa comum recebia
durante toda a sua vida há 300 anos (Revista Veja de 05 de setembro de 2001);
- Atualmente existem mais de três bilhões de páginas disponíveis na Internet;
- Estão em circulação mais de 100 mil revistas científicas no planeta;
- Há 15 anos a Televisão brasileira tinha menos de 10 canais. Hoje tem mais de 100 e, daqui a 10 anos, estima-se, terá mais
do 400 canais."


Todos os dias sofremos com esse bombardeio de informações, que vem em grandes quantidades e, muitas vezes, pouca qualidade. Algumas pessoas, geralmente, os bem instruídos, tem a malícia de "filtrar" somente o que acham necessário, jogando fora a informação pobre e mesquinha. O problema é que a grande parte da população brasileira se deixa influenciar pela mídia, corrompem seus pensamentos e passam a não ter mais uma opinião própria.

O Direito é uma das principais áreas afetadas por esse problema. A mídia, com seu frenesi pelos lucros e vendas, acaba fornecendo às pessoas informações sobre processos jurídicos, criando "fatos", afirmando, veementemente, a veracidade sobre assuntos que ainda não foram comprovados e, pior, CONDENANDO as pessoas antes da justiça.

A pressa na acusação já se mostrou principal motivo para erros irreparáveis no Brasil e no mundo (eis um dos motivos do Brasil não aceitar a pena de morte, pois nosso sitema judiciário teme cometer injustiças). Você já ouviu falar sobre o caso dos irmãos Naves? Se não conhece, vale a pena conhecer, pois foi um dos casos jurídicos brasileiros com maior repercusão. Em suma, dois irmãos, os Naves, foram acusados, na época do Estado Novo, de um crime que não cometeram. Foram presos e barbaramente torturados até confessarem o suposto crime (isso me lembra a Inquisição e a "caça às bruxas" do século XVI) http://pt.wikipedia.org/wiki/Irm%C3%A3os_Naves

Esse caso é conhecido como um dos maiores erros judiciais da história do Brasil e, até hoje, é motivo de vergonha para o sistema judiciário brasileiro. E não podemos nos dar ao luxo que cometer mais barbaridades dessas, deixando a mídia a cusar, sem provas, pessoas que ainda não tiveram sua culpa verificada.

A mídia divulga a investigação detalhada dos casos penais mais "polêmicos" do nosso país. Mas isso não passa do dever de informar, concorda? Entretanto, além de se intrometer profundamente nos casos, muitas vezes atrapalhando a ação dos órgãos responsáveis, ela dramatiza o assunto, objetivando criar polêmica, fazer a população se interessar pelo assunto e, consequentemente, lucrar mais.

O povo brasileiro, descrente na justiça do país(com razão), acaba agindo radicalmente e não racionalmente. E é engraçado como certos casos ficam extremamente famosos (Isabella Nardoni, goleiro Bruno). É curioso também que o povo brasileiro, repentinamente, é envolto por uma camada de valores, e quer a busca da "justiça" (ou vingança?). Mas a verdade é que não importa a justiça, importa quem são as pessoas envolvidas no caso. Diariamente ocorrem vários casos muito piores que não são dignos nem de serem comentados nos rodapés dos jornais.

Por fim, gostaria de citar um trecho do livro do professor Ronaldo Leite Pedrosa, Direito em História, que foi o que me motivou a tratar desse assunto.

"A força da mídia ultrapassou, e muito, os limites da necessária e indispensável informação, para impor condenações precoces em que os envolvidos não tiveram respeitado o mais comezinho dos direitos conquistados pela humanidade: o direito de se defenderem. O clamor não pode servir de base para execrações em praça pública. Se devem ser condenados, que o sejam. Mas que se resguarde a intimidade e a dignidade de ser, talvez os últimos bens que ainda lhes restem, mas que podem, se garantidos, servir de reconstituição de uma vida digna e útil à sociedade...A não ser assim, deixaremos de aplicar o trial by jury (julgamento pelo juiz natural) pelo trial by press (julgamento pela imprensa). O devido processo legal (due process of law) é a grande conquista da humanidade, não só em termos de processo, mas também como revelação da garantia de direitos fundamentais." (PEDROZA, P. 250, 2008)



"A mídia vêm condenando e o direito, informando."




Outros links:
- O juri popular e a mídia: http://blog.controversia.com.br/2010/04/07/o-jri-popular-e-a-mdia/

- O Excesso de Informação - A Neurose do Século XXI: http://www.mettodo.com.br/pdf/O%20Excesso%20de%20Informacao.pdf

- Caso dos irmãos Naves: http://pt.wikipedia.org/wiki/Irm%C3%A3os_Naves

quarta-feira, 7 de abril de 2010

"VIVA A REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA- NÃO VOTEM"




Um dia eu estava passando de carro em uma avenida e eu vi um muro pichado com a seguinte frase:
"VIVA A REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA: NÃO VOTEM!"

A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: "A pessoa que escreveu isso é uma ignorante, que nem deve saber ,de fato, o que é democracia". Mas depois de um tempo, seguindo a perspectiva de ceticismo (não podemos confiar em nada cegamente), comecei a pensar: "E se eu estiver errada? E se eu não estiver entendendo o que essa pessoa quis dizer?".

Chegando em casa procurei na internet e constatei que aquela frase foi escrita por "Revolucionários Agrários". Eles alegam que a divulgação desse conceito, onde o voto é desnecessário, vêm do seguinte questionamento: "Sarney, Collor, Itamar, Cardoso, Luis Inácio. Entra ano, sai ano, eleição após eleição, mudam os políticos, mas o que muda para o povo?"

E eu comentei no site desse artigo: "Gostaria de saber onde deixar de votar mudaria alguma coisa?"
Não obstante os políticos não conseguirem excelência ao tentar acabar com os problemas sociais do nosso país, como exerceremos a democracia se não pelo voto?

A priori, eles deveriam mudar o lema de VIVA A REVOLUÇÃO DEMOCRATICA.
Democracia significa, realmente, que o poder de tomar importantes decisões políticas está nas mãos dos cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos. Por isso, a revolução não é democrática.

Está certo que um dos conceitos de democracia é ter liberdade de escolher votar ou não votar. Mas deixar de votar seria exatamente se privar de participar da vida política.

O povo brasileiro deve parar de se preocupar com as novelas e o que acontece na ficção e se preocupar com a vida real. Nós não precisamos de mais drama, precisamos de resoluções. Não é nosso objetivo condenar culpados, e sim solucionar problemas. Este ano é um ano de eleição, e nós estamos preocupados com a copa do mundo e o "hexa". Nós damos mais atenção a isso do que às eleições.
"Não pense duas vezes, vote 3 vezes!"

sábado, 12 de setembro de 2009

Amizade necessária!

Os seres humanos, assim como todos os outros animais, não conseguem viver isolados. Precisam de amigos seja para dividir seu pessimismo diário e ter alguém com quem contar ou viver a felicidade comunalmente. Seria a amizade algo tão necessário aos nossos instintos naturais a ponto de não conseguirmos viver sozinhos, com seres de outra espécie? A resposta é sim.

Amigos, irmãos de espírito e alma. Na vida ter alguém para dividir os sentimentos, tanto os momentos tristes quanto os felizes e de conquistas, é insubstituível. O homem precisa tanto se comunicar que esta necessidade da comunicação, fez o homem primitivo aprender a falar e se expressar, possuindo assim um meio de interagir com os irmãos de tribo. Ao decorrer dos anos, isto foi evoluindo. Seres vivos não foram feitos para viver na solidão.


Confiar em alguém, ter um amigo nas horas de necessidade nos dá segurança de que mesmo falhando, não estamos sozinhos. Compartilhar aventuras, histórias, afinidades, constrangimentos e até discórdias torna a amizade indispensável para uma vida saudável. Sem ela, os seres estão aptos até a desenvolver problemas psicológicos graves. Sem amizade, o ser humano se torna irracional.


As vezes é dificil achar alguém que seja "compatível' com a personalidade, mas não importa as difereças, o que importa e termos alguém. Não só um, vários, mas um principal que possamos sempre contar e confiar.


No mundo contemporâneo onde estamos sujeitos ao stress diário, ao excesso de trabalhos e preocupações, a amizade é ainda mais importante.

Sendo assim, tomar uma cerveja e jogar uma “sinuquinha” depois do trabalho com aquele “parceirão”, ou ter aquela amiga para desabafar a relação amorosa revitaliza nossas energias nos dando alegria e forças para prosseguir.


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Internet: mal necessário

Caixas de e-mail cheias, diversos sites criados diariamente expondo opiniões, idéias, acontecimentos, pessoas conhecidas somente por fotos, diversas identidades. Ninguém que têm acesso ao mundo virtual está ileso de receber informações erradas ou ser lesado por meio do computador: o portal tecnológico para um mundo paralelo de fantasias ou realidades e informações.




A internet não serve somente para o entretenimento. Muitas pessoas a usam como objeto principal de trabalho. Também atua na comunicação, na educação, como uma ponte para as fronteiras, diminuindo distâncias e aproximando culturas diferentes. A fim de trazer comodidade para a vida.

Entretanto, todas as pessoas que atuam como internautas estão sujeitas a serem lesadas, isto é, enganadas por falsas informações, falsas identidades, e muitas vezes até financeiramente prejudicadas. A punição para crimes cibernéticos é muito precária, e difícil de ser realizada. Milhares de crimes não foram solucionados em virtude de serem realizados por técnicos no ciberespaço, os famosos hackers. Cabe ao usuário o dever de se proteger e colaborar não entrando em sites suspeitos, procurando diminuir a freqüência do uso dos bancos virtuais, e principalmente não dar dados pessoais para sites sem segurança.

O uso da internet pode nos poupar de muitos trabalhos, tornando nossa vida mais fácil e sendo fonte para adquirir conhecimentos que antes se tornavam de difícil acesso e muitas vezes até impossível. As pessoas podem ver fotos de monumentos históricos que nunca viram, ler copias de declarações histórias, ver vídeos de estudos científicos, conhecer bandas internacionais com mais acesso, reencontrar amigos, dentre outros. Aprimorando seu conteúdo.

Logo, a internet pode agir beneficamente ou não. Não é certo estar safo de ser a próxima vitima. Mas a verdade é que sem a internet, principalmente para os acomodados, a vida se torna incompleta. E não há mais como tirar esse bem que foi adjetivado como “moda passageira”, e que hoje é mais sólido do que nunca e que não se extinguirá.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Jovens leem SIM!!! Leem depoimentos e recados no orkut e facebook!

Você acha que é montagem? Não, não é! Nem tudo está perdido. Generalizar é um erro, ainda existem muitos que gostam de ler, mas a realidade é que nem metade dos jovens leem um livro por prazer. Isso é explicado facilmente com frases que já ouvi muitas e muitas vezes em minha sala de aula: "Pra quê?O que isso pode me trazer de benefício?" , "Não vou perder meu tempo, eu leio o resumo na internet", "Não consigo ficar muito tempo parado" e etc. Nem é que os jovens não "gostam" de ler, mas sim que eles preferem fazer coisas mais "construtivas".

Os jovens se preocupam com a aparência, com a popularidade (o que mais cobiçam), com os artistas "gatos" do filme do momento, com o parecer diferentes e ter identidade própria sendo que são absolutamente todos IGUAIS. Os jovens do século XXI querem sair, beber, mostrar que são independentes. Querem malhar e ser sarados, usar drogas, dançar bem. Pensam em marcas de sapatos e roupas.

É difícil conviver com tantos assim ao redor e continuar tendo personalidade e individualidade. Não sei onde a juventude ao meu redor vai parar. Eu me considero diferente. As vezes, estranha. Não consigo me adaptar aos outros de minha idade e quando consigo é por período limitado.


Em toda minha juventude conheci um jovem que gosta de Bossa Nova, e ainda mora em outra cidade, bem longe da minha. MPB e Rock nacional ainda ganham alguns poucos pontos.Estilos? Roupas? Ninguém pode usar mais algo fora da moda só porque acha bonito que vira piada.

Para finalizar, a rede Globo tem exibido minisséries maravilhosas. Capitu, sobre a obra Dom Casmurro, de Machado de Assis foi uma das minisséries mais bem feitas que a Globo fez, adaptadas as século XXI com o intuito de fazer os jovens gostarem de Machado de Assis e clássicos nacionais. Em minha sala de aula ninguém além de mim assistiu. Som e Fúria, a mais engraçada e perfeita minissérie que eu já vi, um mesclado de teatro com obras de Shakespeare. Nenhum de meus amigos viu. Bom, assim eu encerro mais esse texto, que não foi uma dissertação como as outras, mas sim um “desabafo” de indignação.

E viva a cultura adolescente!


Endereço de um dos capítulos de Som e Fúria. Peça: Hamlet


http://www.youtube.com/watch?v=EOTIo_Q-Whk&feature=PlayList&p=08CAD5F15EF426BF&index=20






Quem escutaria essa música?!


Nos dias atuais, a poluição sonora produzida nas cidades grandes e, por incrível que pareça, no interior é um dos motivos maiores do stress populacional. E como se não fosse o suficiente, muitas pessoas ainda instalam aqueles sons automotivos enormes no porta-malas do carro para aumentar esse mal que, além de perturbar, causa desordem. Todas as pessoas têm o direito de fazer o que for de sua vontade, afinal, sons automotivos não são proibidos de existirem. Entretanto, nem sempre as leis são seguidas.

A poluição sonora é crime grave e perturba a população. A partir de 22 horas, sons automotivos com altos volumes são completamente proibidos, mas poucas vezes a lei é respeitada e menor ainda é a intervenção de nossas autoridades no cumprimento da mesma.

O gosto pela música brasileira só foi se deteriorando com o passar dos anos. Hoje as músicas, não só no Brasil, perderam a cultura, os valores, a beleza e os sentimentos. Raras vezes ouvimos letras com sentido e senso.

E muitas das que lutam para ser criadas pelos autores, não são valorizadas pelo público. Podemos oferecer uma bateria de exemplos para confirmar a afirmação dada acima. O mais conhecido foi o “sucesso” tocado em muitas rádios brasileiras: a famosa musica “Eguinha Pocotó”, que tinha como uma de suas maiores características um homossexual dançando funk, a dançarina apelidada “Lacráia”. Em 2008 outra pérola foi criada para competir com a “Eguinha Pocotó” pelo prêmio da vergonha da musica nacional, a chamada “Dança do Creu”. Músicas com descrições de sexo explicito, atitudes devassas, bizarrices se tornaram alvo principal daqueles que não se contentam em ouvir uma canção sozinhos, e tem de obrigar o mundo a ser cúmplice da estupidez.

O fator volume nada mais é que a compensação da falta de qualidade da música e da falta de personalidade do proprietário do veículo. Pode haver volume alto, mas o respeito deve prevalecer.

Portanto, sons são legais. Mas existem lugares afastados dos centros urbanos onde exposições de carros de sons automotivos podem ser feitas para o entretenimento dos cidadãos que apreciam essa atividade. Viver em comunidade não é só ter amigos, morar em uma mesma área e seguir uma lei, mas é o respeito mutuo. Conhecer que o direito acaba onde o do outro começa. Se apreciar musicas com conteúdos como: “Ela saia de saia, de bicicletinha, uma mão vai no guidão e a outra tapando a calcinha” o faz feliz, algumas pessoas entenderam seu gosto musical, mas poupe os que preferem ler um livro antes de dormir.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A sociedade delimitada














A delimitação de áreas pelas fronteiras começou desde os primórdios da história até os dias atuais. O fato do mundo com mais de seis bilhões de pessoas, e a certeza que em aproximadamente 50 anos a população dobrará, deixa a busca por espaço, e todos os benefícios que haja nele, ainda mais tentadora.
O ser humano em sua busca pela sobrevivência foi desenvolvendo um certo egoísmo, e foi perdendo o espírito de comunidade com o decorrer dos anos. Na antiguidade os povos ainda apresentavam cumplicidade e lutavam pelo território somente contra as tribos inimigas. Porém, no mundo contemporâneo, todos nós lutamos individualmente por nós mesmos, e o espírito de comunidade se perdeu. Hoje não vemos fraternidade entre os povos, pelo contrário, o mundo caminha para a destruição uns dos outros.
Hoje ver um mendigo pedindo esmolas na rua, enquanto estamos fartos de alimento em casa se tornou algo comum. Pessoas roubam as outras pela ambição capitalista exagerada que se instalou em nossa sociedade. E a hipocrisia maior é ouvir uma pessoa dizer que “no mundo sempre foi cada um por si!”.
A ambição das pessoas somada com a falta de amor ao próximo pode levar o mundo em breve para a destruição total. Muitos se perguntam como isso poderia acontecer, é simples, quem têm conhecimento histórico básico pode exemplificar. A Segunda Guerra Mundial onde a maldade e obsessão de um ditador matou judeus, homossexuais, ciganos, e todos que foram convenientes é o exemplo de uma das maiores vergonhas que assombram a história. Outro exemplo que virou rotina são as guerras por Petróleo no Oriente Médio, que matam dezenas, centenas de pessoas diariamente. Países invadem terras alheias, porque não se contentam com a riqueza que está do lado de dentro de suas fronteiras. Ambicionam o que os vizinhos têm para se sustentar e viver.
Por um fio, que se chegar a acontecer será por ambição e falta de amor ao próximo, uma civilização inteira pode ser destruída se outra Guerra mundial for começada.
Contudo, não é tarde demais para mudar o mal que a presunção capitalista atingiu. O certo a fazer é procurar onde o egoísmo imposto pelas fronteiras e o pensamento de “pertencer” tomou conta do espírito afetuoso d os seres vivos pela sociedade em que vivem. Os bens são de todos e os frutos devem ser compartilhados, não por obrigação, mas pela consciência de que é assim que seres racionais vivem.